Como Surgiram os primeiros Óculos
A História
Assim como toda grande invenção os óculos surgiram através de uma necessidade, a de leitura no início, todavia as primeiras invenções de óculos não surgiram do jeito que são conhecidos hoje, nem sequer eram chamados assim.
Por volta de 500 A.C., na China já existiam alguns objetos semelhantes aos óculos, porém possuíam utilidades totalmente diferentes das que conhecemos hoje, pois, não eram usados para correção da visão e sim de enfeite e até distinção social da época (somente pessoas da elite usavam).
E quem disse pra gente como tudo surgiu de início foi o historiador Plínio, o velho (século I D.C.) que dizia que o Imperador Nero utilizava de pedras de esmeraldas para enxergar melhor suas leituras ampliando as letras com o uso das joias.
Igualmente como Plínio, também no século I D.C. o Matemático Ptolomeu já falava sobre o uso de lentes convexas para ampliar as letras para a leitura e sua obra somente sobreviveu devido à uma tradução, primeiramente para o árabe e em seguida, somente no século XII que fora traduzida novamente para o Latim e teve sua circulação na Europa. Porém o entendimento das lentes convexas e das leis da refração foi um pioneirismo do Filósofo e cientista mulçumano Alzahém, que em sua obra “O livro da Ótica” traia diversas teorias e argumentos deveras avançado para seu tempo que serviu de base para toda a ótica moderna posterior.
Posteriormente no século XIII, após a Obra de Alzahém ter sido traduzida para o Latim, os monges e frades italianos produziram as primeiras pedras polidas e semi-moldadas e as chamavam de “Pedras de Leitura”, que eram feitas através de pedras preciosas como Berilo, Quartzo entre outras. Não obstante, até antes de 1270, no ocidente, as lentes e Pedras de leitura eram somente usadas sobrepostas ao texto, não havia tido a tentativa de usá-las em frente aos olhos e, devido à rotas comerciais com a Ásia, o conjunto de ilhas Murano, em Veneza, conhecida pela tradição na fabricação de vidros, foi provavelmente o berço dos óculos modernos da época, onde os sopradores de vidro da região tiveram a ideia de emoldurar as pedras de vidro com madeiras, chifres e até mesmo ferro, contudo ainda havia a necessidade de segurar essas semi-armações com as mãos em frente aos olhos, sendo somente uma moldura para as lentes sem as hastes que surgiram apenas no século XVII.
Reconhecimento no Mundo
Na Renascença a valorização dos óculos ficava mais e mais acentuada com a ajuda da invenção da imprensa por Johannes Gutenberg em 1440, que fez com que a invenção dos óculos passasse a ser conhecida e importada para diversas partes da Europa e consecutivamente no mundo. Antigamente as pessoas que usavam óculos eram somente pessoas de poder, pois como era um objeto usada para leitura as pessoas que tinham acesso a livros eram somente pessoas eruditas, com sabedoria e cultura, sendo assim somente pessoas da nobreza possuíam, por conta da raridade e preço.
Em 1604 o astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler publicou um estudo que fala sobre como as lentes convexas ajudam a corrigir a distorção causada pela miopia. A partir desse cientista foram surgindo mais e mais estudos voltados para ótica como no século XVIII Benjamin Franklin foi responsável pela invenção dos óculos bifocais que corrigem a visão para longe e para perto e depois dele o astrônomo George Airy cria lentes que podem corrigir o astigmatismo.
Armações
Mesmo com as lentes ideias para a leitura, o ajuste das armações no rosto acabavam sendo um incômodo por conta que as armações produzidas até então escorregavam do rosto, foi quando em meados do século XVIII surgiram as primeiras plaquetas que são as partes das armações que apoiam no nariz, dando mais segurança e firmeza às armações, junto com as hastes que apoiavam na orelha.
Popularização e Acesso
Mesmo que muito procurados, os óculos ainda eram caros e só se tornaram acessíveis ao público devido ao avanço da indústria e tecnologia da mesma forma, o acesso aos médicos oftalmologistas foi de grande importância na conscientização da população com o uso de óculos para corrigir a visão. As armações que conhecemos hoje que possuem aros e hastes mais finas, leves e dobráveis só se tornaram populares por volta de 1920.
Joseph Needham afirma em seu livro “Science & Civilisation in China” que os primeiros óculos de sol, porém sem nenhuma função de correção da visão, apareceram na China no século XII como um pedaço de Quartzo bastante fino e tinham o intuito de cobrir e esconder as expressões faciais. Ao mesmo tempo os Inuítes usavam ossos e galhadas de animais para produzir os óculos de Neve que tinham o objetivo de diminuir a luminosidade e conseguirem enxergar em lugares com neve e claridade.
E hoje conseguimos encontrar com bastante facilidade diversas opções de óculos e armações para grau e para sol com preços cada vez mais acessíveis.